sábado, 1 de setembro de 2012

Lembro

Lembro quando
ontem de manhã
era capitão de um navio
e os piratas me obedeciam.

Nossa embarcação estava ancorada
 ao pé-de-acerola
do quintal de minha avó.

Nossa missão era simples:
cavar, cavar, cavar.
Até encontrar o tesouro,
besouro, lixo, pedra
ou o outro lado da terra.

Me recordo disso,
mas pouco do que veio depois.
Quantos mares naveguei?
Com quantos piratas já lidei?
Quantos tesouros encontrei?

Não sei.
Sei que vou navegando,
dia após dia,
ano após ano.

Sem terra por avistar,
ao meu redor apenas mar.
Nado para lembrar

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