segunda-feira, 30 de abril de 2012

Labuta

Para fazer um poema
reflito sobre o tema,
Consulto muitas gramáticas,
teóricas, outras práticas.
Com cuspe colo o tijolo
e vou preparar o bolo.
Junto rima e cimento,
barro, caos, sentimento.
Rascunho com desespero,
mas nivelo com esmero.
As palavras são medidas,
calculadas e cozidas.
E, da massa resultante,
construo metricamente,
esse poema pensante.

só que depois desse esforço,
cansada de matemática,
paro de cozinhar.
Vou tomar uma no bar
e ver a vida passar.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Vôo noturno

Enquanto um dorme
O outro come
Aquele acorda
E esse mexe
Inquietos, vão aguentando
As horas de confinamento

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Fluidez

- Um pouco de água, por favor!
- .............................. - e foi.
- Um pouco de água, por favor!
- Tenho dinheiro não. - e foi.
- Um pouco de água, por favor!
- Água? tenho não. - e foi.
- Um pouco de água, por favor!
- Tome esse dinheiro e vá comprar.
- Não, obrigado. Eu só queria um pouco de água.

A história do menino colorido

Era um menino amarelo
que só
andava de chinelo.
Um dia, por acaso, andou descalço
e teve uma grande alegria.
Descobriu que não estava só
porque existia.

EspelhohlepsE

oipoc et osrevni oa.
num momento,
sotsopo somos
e idênticos.

envelheces,
oçehlevne.
morres,
oçenamrep.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Paciência

Quem nunca teve paciência para esperar
não sabe o que é nascer estátua.

Conciliação

Como conciliar
uma cabeça
cansada por pensar
e um corpo
ávido por viver...

Ohlepse

Observo-te enquanto dorme.
Absorta, afundas.
Pela janela um pouco de luz
clareia
teus sonhos, tua pele
e minha imagem.
Vejo-te assim...
cristalizar-se em mim.
Momentâneo,
tento guardar-la,
em vão.





Estátua


Espero desde o dia em que nasci.
Pombos vem e vão...
Canetas, tintas, chiclete, cola,
nem me incomodo mais.
Já criei plantas, tive ninhos,
fiz protestos, recebi adornos e declarações.
Petrificada envelheço
e continuo esperando.