segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Envelheci

Em 13 de setembro do ano de 2012 segundo o calendário cristão, aos 30 anos, 3 meses e 22 dias, descobri:
Envelheci.
Não sou mais o mesmo, Se é que um dia fui.
É que velho, me recordo da infância, mas esqueço d'outras lembranças.
Não me recordo de ter sido "eu" ou "o mesmo".

Me recordo de um menininho que achava que tudo de bom era brincadeira, guloseima, bobagem e besteira.
O que aconteceu come ele não sei.
Era eu, eu mesmo, esqueci...errei?
- Ai culpa, apesar de velho ainda carrego-te comigo.
Afinal, sou velho ou adulto, ou os dois?
- Mal começo a divagar e já te apoias nos meus ombros. Estou velho, tu pesas!
- Quando foi que te conheci, culpa?
Será que foi quando desisti de ir viver na lua...
Ou foi quando aprendi que felicidade = alegria, que é tudo sinônimo de vitória...
e que o fracasso = tristeza e que isso é tudo derrota.

Quantos enganos,
por anos e anos...

Quando criança, eu tratava tristeza e alegria com a mesma simpatia.
Não era amargurado com os fracassos do passado, nem ansioso pelas glórias do futuro.
Naquela época eu não me enganava, vivia o presentre, aproveitava os dias e brincava.
Mas envelheci.
Meus ombros estão arriados.
Sinto o peso
das cobranças, da gravidade, dos pensamentos.
É o cansaço

que me pega pelos braços e me auxilia  a passar os dias.
sonolento, conformado, lento.
Já não acho graça em nada.
Rumino os erros do passado,
me culpo por ter fracassado
e sei que o futuro é uma grande piada...

Se alguem estiver me lendo,
pode pensar: "mas você só tem 30 anos!"
Engano.
Velhice não tem haver com idade,
tem haver com crença, ou melhor, descrença:

A criança acredita em tudo no mundo.
O adulto acredita no futuro.
O idoso acredita no passado.
E eu, velho, apenas desacredito.






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