quarta-feira, 20 de junho de 2012

Da seca que não vi

Urubucevando essa paisagem agreste,
superexposta, sem-contraste,dura,
sob o sol de meio-dia, um calor da peste,
vejo ao longe, a se aproximar...
A sede para me lembrar
do gosto salobroso da última água que bebi.

Não há remédio, medicamento é continuar...

Sedento, paro na próxima som...
que de tão incerta não consegue ser inteira.
sem eira, me sento à beira
da fugidia escuridão.

Estou cansado.
O suor me alivia, mas é salgado.
Escuto a fome, penso nos futuros passos...

Ando, ronco, respiro, vejo, água, corro,vôo

Na poça de ilusões, morri afogado
e, pelas aves de rapina, fui levado.

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