Procuro nos porta-retratos
os destroços de meu passado,
as magoas familiares,
a ruína de todos os lares.
Rostos que não dizem nada
sorriem de minha desgraça,
eternizando ficções,
margarinas de emoções.
É possível ler meu presente
nas entrelinhas dos ausentes?
Que gosto terá o passado
de um futuro amargo?
Em busca de sentidos,
devoro as fotografias
de parentes esquecidos.
Memórias queimam no estômago.
Na boca, um gosto ácido,
uma ânsia de vômito.
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