Impera-dor,
Tuas esquinas refletem meu temor.
Meus olhos a amargar.
É noite, tuas calçadas viram lar.
Percorro teu calvário,
Paro no sinal vermelho,
Observo teus rostos pelo espelho.
O sinal verde é implacável, sigo solitário.
Noturnos, somos todos invisíveis,
Sejam homens frívolos ou sensíveis.
Dos emparedados do convento,
Aos vivos nu vento.
O eco do vazio de teus prédios
Me tira do pensamento o tédio.
Sonho teus improváveis dias de grandeza,
Escondidos sob camadas de tintas espessas.
Acordo pelo silêncio opressor de tuas portas fechadas.
Só restou calçadas.
O passado nunca está morto.
É noite, sigo absorto.
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