sexta-feira, 1 de março de 2013

Probabilidade

A lógica dos resultados exatos,
o dever de seguir os trâmites corretos,
as regras das teorias dominantes,
a imposição do que é certo
e os incontáveis manuais de intruções...

Foi criado numa caixa de boas maneiras,
lugar herméticamente calculado.
Saiu de lá absolutamente quadrado.

Não conseguia se acomodar em qualquer espaço.
Rígido, pontudo,
machucava todos e tudo.

Tornou-se matemático.
Mas não dos criativos,
e sim daqueles que só vêem problemas e só criam empecilhos.

só que um dia, por seus próprios passos,
tropeçou
e caiu num poço, numa poça, num riacho, num rio, num lago, num buraco...num mar, num ar, num azar...
de probabilidade,
que aparou suas arestas.

Tornou-se esfera,
ora flexível, ora fera.
De certeza, só tinha a dúvida.
Tomo cerveja ou como uva?
Redondo, chegava a ser cômico.
Como matemático,
um fiasco.
Mas, como músico,
criava melodias de números imaginários
e canções de ilógicos resultados,
que alegravam a todos e a tudo.
E assim, se acomodou no mundo.

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