A correria dos dias
é a sina de nosso tempo,
povoado de maus pensamentos
que apressados devoram
meus sentimentos,
tua paz,
nossa mocidade
e a lembrança daquela idade...
em que a cidade dançava
ao som de um bolero...
Em toda esquina era um encontro,
um sorriso, um lero-lero.
Não o barulho angustiante,
o grito, o agito,
o calor, o enxame,
o trânsito nauseante
de uma vida que não...
Para!
Me deixa ficar de bobeira
assistindo os passos apressados
daqueles que agoniados
não percebem a inutilidade
da ânsia
das gentes, das cidades...
Alienados!
Tiveram seus futuros roubados,
mas não, não se dão conta
de que a pompa,
o patrimônio, o dinheiro...
é tudo fachada do desespero.
E eu espero,
escuto,
venero
os dias que passam.
E eu espero,
danço,
venero,
meus passos são os do bolero.
Nenhum comentário:
Postar um comentário