domingo, 6 de janeiro de 2013

Era uma vez um poema

Era uma vez um poema vadio,
um tanto rude,
que não fazia planos pro futuro.
Não tinha ritmo, nem meta
afora o sentimento,
tudo, até a rima, lhe faltava.

Poema de quem escreve
sem estar no clima.
Incompreendido,
desalinhado.
não pela falta de terno,
mas pela falta de linho.

Poema que acabou largado,
ficou sozinho.
Vagueava pelas ruas cabisbaixo,
calado,
sem o vigor da melancolia
ou a falsa inocência da alegria...    

Era um poema bêbado,
pobre, sem dinheiro,
que não entrou pra nenhum livro,
não ganhou nenhum concurso,
passou a vida nas esquinas
e foi morto num beco escuro.
                                                                                                        


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