quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Ninguém mais o viu

como era de costume,
entrou na casa e abriu a janela.
Não ventava,
tampouco ouviu algum ruído.
Estranhou, acabava de vir da rua,
do trabalho, do trânsito e de repente:
onde estão os carros?
olhou pela janela aberta, mas não os viu.
Ao contrário, tudo estava deserto,
não tinha gente, carro, plantas ou prédios.
Só o nada.
Devo estar sonhando,
esfregou os olhos,
estou acordado.
Atordoado
foi até a cozinha
tomou um copo d'água, respirou.
Voltou à janela,
voltou à cozinha,
sentou, levantou,
assustado, chorou.

Chorou por tudo o que não havia mais fora,
pelo medo que sentia de abrir a porta,
pela certeza daquela realidade,
por sua falta de coragem.

Limpo então decidiu,
pela janela saiu,
ninguém mais o viu.



Nenhum comentário:

Postar um comentário