quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Mediano ou poema da sobremesa

Quanta felicidade existe num pedaço de bolo
de chocolate,
doce, que doce, que bate!

Ai como queria ser um bicho de extremos!
viveria extremamente
guloso, amoroso, prazeroso, delicioso...

Seria todo superlativo,
cresceria grandemente
em todos os sentidos...
vertical, horizontal, lateral, frontal, ...

iria me expandir
de tanto sabor, amor, odor ou dor
até explodir e ir, alí, acolá,
quem sabe ser ou deixar?

Mas como sou mediano,
vivo todos esses anos,
contando nos dedos,
cheio de medos,
buscando felicidade,
com vergonha da idade,
preocupado com o peso,
sem saber se sou amado ou desprezado
e andando sempre calçado.




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