terça-feira, 1 de setembro de 2015

Rio morto

O cheiro de esgoto deste rio morto
Invade a praça de alimentação.
Onde comerei então?
Que lugar será permitido?
Estaciono meus pensamentos neste edifício.

Muitas camadas de asfalto
São necessárias para afastar o barro
Que, sob meus pés, sangra
As dores das carnificinas
Testemunhadas pelas esquinas.

Sob o fogo do progresso
O homem prometeu o certo,
Criou a águia da economia,
Que devora seu fígado todos os dias.

É meu sangue neste prato de porcelana.
Minha alma vira lama.
Sinto o gosto do esgoto
E me vou com este rio morto.

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