Entre a parede,
o muro
e a cerca,
Fronteira.
Entre o condomínio,
o carro
e o campo de concentração,
Prisão.
Entre o relógio,
o chefe
e o salário,
Amargo.
Entre o que fui,
o que sou
e a ânsia,
Vigilância.
sexta-feira, 19 de agosto de 2016
segunda-feira, 15 de agosto de 2016
Areia Azul
Às vezes é preciso se
afastar para se ver de perto.
Foi caminhando que cheguei à Areia Azul. Não lembro ao certo qual verão foi, mas era verão. Entre o céu e o mar, tudo era areia e suor. A areia para se embalar de céu, o suor para alimentar o mar.
Perdi às contas de
quantos passos são necessários para conhecer Areia Azul inteira. Às vezes um,
nenhum, mil, depende. Areia Azul se apresenta diferente para cada visitante. É
que as areias estão sempre em movimento.
Areia Azul se localiza exatamente
entre o que foi e o que pode vir a ser. Lá o tempo é salgado. Seja noite,
seja dia. Ora é seco, ora é molhado. Só que na areia é demorado e no mar passa apressado.
Em Areia Azul aprendi
que o azul pode ser preenchido de várias formas e de várias cores. Pode ter
peixe ou pássaro, ser branco ou ser laranja.... As areias me mostraram
como não se repetem as ondas.
E as ondas carregaram
minhas certezas, se foram na correnteza.
Eu, nada a fazer,
observei.
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