Ando pela minha cidade
a procura de uma paisagem
que não seja de passagem.
um lugar onde o único movimento
é o do vento
que passa...
um cenário em que o tempo
pare,
me pare.
Olho pela janela,
observo outros lares
em busca dessa tal paisagem
ao som dos motores da cidade.
quarta-feira, 26 de novembro de 2014
Dobraduras (origami)
...Me dobrei em azul,
tentei em vão alcançar o nu.
Vesti uma saia laranja
pensei alcançá-lo pela dança.
Nada deu certo,
até me pintei de amarelo.
Experimentei inclusive o vermelho,
mas sem muito esmero.
verde, branco, rosa, preto, lilás...
qualquer cor, tanto-faz.
Decidi então me dobrar pelo avesso,
encontrei todas as cores num corpo inteiro.
tentei em vão alcançar o nu.
Vesti uma saia laranja
pensei alcançá-lo pela dança.
Nada deu certo,
até me pintei de amarelo.
Experimentei inclusive o vermelho,
mas sem muito esmero.
verde, branco, rosa, preto, lilás...
qualquer cor, tanto-faz.
Decidi então me dobrar pelo avesso,
encontrei todas as cores num corpo inteiro.
Que de tão esticado se rompe
Elástico que estica
o dedo que estica
a mão que estica
o corpo que estica
o tempo que estica
o espaço que estica
o rosa de tua pele que estica
o elástico
o dedo que estica
a mão que estica
o corpo que estica
o tempo que estica
o espaço que estica
o rosa de tua pele que estica
o elástico
Origami 4
Observo meu rosto envelhecer,
cada ruga, uma nova dobradura.
Prova das histórias de vida de um papel,
Que de liso foi sendo dobrado.
Viver é dobrar.
É criar vincos na pele.
Cada origami que construí será assim:
uma mistura de tempos.
E também uma parte.
Parte de mim, parte de ti, parte...
E essa parcialidade é o que temos de
mais complexo
Cada dobra é um elo.
terça-feira, 25 de novembro de 2014
Clarice
Clarice acordou
Tempestade,
Exércitos em guerra...
No jardim, o som..
..tambores.
No peito, temores.
Mas Clarice é flor.
Flor não se pedra,
Dança a música da terra.
Claridade
afugenta tempestades.
No jardim, o som..
..tambores.
No peito, amores.
Tempestade,
Exércitos em guerra...
No jardim, o som..
..tambores.
No peito, temores.
Mas Clarice é flor.
Flor não se pedra,
Dança a música da terra.
afugenta tempestades.
No jardim, o som..
..tambores.
No peito, amores.
quinta-feira, 6 de novembro de 2014
Agora é dia
Eu, que nunca acreditei em felicidade,
outro dia me peguei rindo a toa...
apesar do barulho da cidade.
Não sei se foi quando estiquei as pernas,
fechei os olhos
ou notei que respirava.
De repente tudo se fez dia,
de sorriso eu transbordava.
Foi a primeira vez que enxerguei sem medo
do erro, da dúvida, do verso...
ou do meu anverso.
Será isso que chamam de felicidade?
Ou apenas um avançar da idade...
Só sei que em minha casa agora é dia.
Abro portas e janelas,
todo vento que passa é de alegria.
outro dia me peguei rindo a toa...
apesar do barulho da cidade.
Não sei se foi quando estiquei as pernas,
fechei os olhos
ou notei que respirava.
De repente tudo se fez dia,
de sorriso eu transbordava.
Foi a primeira vez que enxerguei sem medo
do erro, da dúvida, do verso...
ou do meu anverso.
Será isso que chamam de felicidade?
Ou apenas um avançar da idade...
Só sei que em minha casa agora é dia.
Abro portas e janelas,
todo vento que passa é de alegria.
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