domingo, 21 de outubro de 2012

Ode ao presente

Quero o discurso da felicidade,
usado para iludir a todas as idades.
A certeza de que tudo dará certo,
esconderijo da obrigação de ser esperto.

Quero juntar todas as palavras de esperança
e dizer-lhes bem alto:
-Vocês não enganam sequer crianças!

Depois do final feliz é o nada.
A história sempre acaba.
A morada da felicidade é o futuro.
E o futuro é sempre nada.

É aquilo que não é.
É o ausente.
Por que viver em busca do que não está presente?
Quem espera pelo futuro
passa a vida no escuro.

Porque a vida é presente,
é tudo aquilo que não está ausente,
é o que você sente.

Não caminhe para as trevas da felicidade.
Não navegue no mar de esperanças,
para não afundar no poço de ansiedade.

Abra os olhos e veja.
Está claro.
Seja dia, seja noite,
sente.
Vive bem quem vive o presente!

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